O governo da Argentina anunciou a criação de uma Unidade de Inteligência Artificial Aplicada à Segurança (UIAAS), cujo objetivo é usar a tecnologia para “prever crimes futuros”.
Dentre os focos do projeto está o monitoramento de redes sociais, aplicativos e sites diversos, bem como da dark web.
Além dessas buscas mais amplas, o governo também estará mirando no mercado financeiro em busca de “transações suspeitas” ou “comportamentos anômalos que possam indicar atividades ilegais”.
Sites locais, como o CriptoNoticias, apontaram que isso pode impactar investidores de criptomoedas, especialmente aqueles que fazem P2P.
Como inspiração, os legisladores citam os EUA, China, Reino Unido, Israel, França, Singapura e Índia, afirmando que esses países já “utilizam inteligência artificial em análise de vídeo e reconhecimento facial, prevenção de crimes, cibersegurança, análise de dados, drones e robótica, comunicação e coordenação, assistentes virtuais e automação, análise de redes sociais e detecção de fraudes e anomalias”.
Projeto da Argentina lembra filme de ficção e preocupa especialistas
A intenção do governo argentino de prever crimes antes mesmo que eles aconteçam fez vários jornais citarem o filme Minority Report: A Nova Lei (2002), estrelado por Tom Cruise e dirigido por Steven Spielberg.
Na ficção, o governo criou uma “Divisão Pré-Crime”, onde as pessoas são presas antes mesmo de cometerem seus delitos. No trailer abaixo, o policial John Anderton realiza uma prisão “pelo assassinato futuro” de duas pessoas.
Já na realidade da Argentina, o novo projeto de lei também parece um roteiro de Hollywood. Isso porque o intuito da nova força de segurança é prever o futuro.
“A Unidade de Inteligência Artificial Aplicada à Segurança (UIAAS) tem como missão a prevenção, detecção, investigação e perseguição do delito e suas conexões mediante a utilização da inteligência artificial”, aponta o texto.
“Utilizar algoritmos de aprendizado de máquina para analisar dados históricos de crimes e, assim, prever futuros delitos e ajudar a preveni-los.”
O projeto obviamente preocupou especialistas, citando que a população poderia mudar seu comportamento para evitar julgamentos por crimes que não cometeram.
“A vigilância em grande escala afeta a liberdade de expressão porque incentiva as pessoas a se autocensurarem ou a evitarem compartilhar suas ideias ou críticas se suspeitarem que tudo o que comentam, publicam ou divulgam está sendo monitorado pelas forças de segurança”, disse Mariela Belski, diretora-executiva da Anistia Internacional Argentina ao The Guardian.
Reino Unido ameaça cidadãos: “cuidado com o que você posta”
Outro governo que chamou atenção nessa semana foi o britânico. Embora esteja longe de “prever crimes”, sua postagem no Twitter acabou gerando mais comentários do que curtidas, mostrando a desaprovação do público.
“Pense antes de postar! Conteúdos que incitam violência ou ódio não são apenas prejudiciais — podem ser ilegais.”
“O CPS (Crown Prosecution Service) leva a violência online a sério e processará quando o critério legal for atendido”, continua o texto. “Lembre pessoas próximas a você a compartilhar com responsabilidade ou eles enfrentarão as consequências.”
Think before you post. https://t.co/sgqCErb4AC
— GOV.UK (@GOVUK) August 8, 2024
Nos comentários, é difícil achar uma mensagem positiva. “Pense antes de você se tornar a Coreia do Norte”, diz um deles. Muitos americanos aparecem comemorando a independência dos EUA, de 1776, apontando que estão livres dessa ameaça.
Fonte: Argentina usará Inteligência Artificial para “prever crimes futuros”
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